domingo, 28 de março de 2010

Regras e Modelos.

Não há regras rígidas no mercado financeiro. Tudo depende do perfil do investidor; sua tolerância e apetite ao risco e o horizonte das aplicações. A melhor estratégia é a que traz melhores resultados.

No entanto, as premissas básicas do binômio risco e retorno podem ser traduzidas como prudência e diversificação. Iniciamos por quantificar o risco que aceitamos assumir no horizonte de tempo considerado e depois procuramos diluir esse risco, na tentativa de minimizá-lo.

Na prática, esse processo envolve uma decisão de quanto vamos poupar e como vamos aplicar nossas reservas financeiras – quanto em renda fixa, quanto em renda variável e quanto em bens duráveis, e por quanto tempo. Para apoiar nossa decisão é necessário estimarmos os riscos envolvidos em cada alternativa e a relação de comportamento dos resultados entre elas. Esse procedimento de “correlação” entre o comportamento de cada alternativa, a probabilidade de retorno de cada uma e as perdas potenciais são objetos de análise dos agentes de mercado.

Desde grandes fundos de investimento e agências de Ratting que possuem modelos proprietários e softwares complexos, a investidores e traders individuais, todos buscamos antecipar o comportamento dos mercados para basearmos nossas decisões.

Não há modelo ou técnica melhor que outra. Qualquer estratégia que funciona é boa. Há modelos simples baseados em variáveis com altos níveis de significância que conseguem previsões bastante satisfatórias e modelos complexos que, aplicados indiscriminadamente ou fora do contexto para o qual foram “calibrados”, não funcionam adequadamente.

Na última reunião mensal da Confraria dos Traders, patrocinada e promovida pela escola de traders Traders em Ação, o professor Plinio Barreto destacou, dentre outras, a utilização de médias móveis para modelagem dos dados de mercado. Conforme destacou o Professor, cada papel tem uma personalidade e um comportamento.

Podemos observar isso na planilha “Médias Móveis” postada em Planilhas e Textos deste Blog. A planilha MMov_excel2003 é destinada a versão 2003 do Excel e apresenta limitação no número de observações da base de dados histórica que a acompanha. A planilha MMov_excel2007, versão Excel 2007, tem as mesmas funcionalidades e maior capacidade de armazenamento na base histórica – COTAHIST_08A10 .

O quadro “Reversão de tendência indica a quantidade de vezes que a MM indica mudança de posição – compra ou venda.

A planilha é aberta e destinada a estudos e desenvolvimento. Aguardo colaborações e sugestões.

Obrigado.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Educação Financeira e Auto-ajuda

Confundir educação financeira com auto-ajuda é o mesmo que tentar definir o objetivo de uma empresa comercial pelo seu aspecto social.

Para motivar os aspectos psicológicos que nos levam a tomar a decisão de controlar as finanças de forma sistemática, mudando atitudes e hábitos, seguindo as boas práticas da administração financeira costumamos utilizar os conceitos e práticas de auto-ajuda. Porém, essa é a única relação entre os dois temas.

Administrar finanças, sejam pessoais ou corporativas, está associado a conhecer e administrar o fluxo dos recursos financeiros no decorrer do tempo, controlando e multiplicando os ganhos e racionalizando e reduzindo as despesas e desperdícios.

As mesmas ferramentas utilizadas pelos administradores para controlar as contas das empresas podem e devem ser utilizadas, em menor escala, para administrar as contas pessoais e familiares. Não basta saber quanto é a receita familiar, o valor da prestação da casa e do carro, os gastos correntes com água, luz, telefone, alimentação e higiene, e o “investimento” em educação.

É preciso, também, definir os objetivos de curto, médio e longo prazo, para projetarmos nossas receitas e despesas futuras e prevenir descasamentos de “fluxo de caixa” que podem ser uma dor de cabeça se não estivermos preparados para enfrentá-los. Nesse planejamento cabem, desde as próximas férias, até o nascimento e a futura faculdade de um filho, por exemplo.

Essa fase de planejamento inclui, tanto quanto nas empresas, a programação financeira e orçamentária para os próximos exercícios e deve ser acompanhada e revisada sistematicamente, pois se trará de projeções que podem ou não ser concretizadas e precisam de ajustes. Quanto mais longos os prazos e mais justas as previsões, mais controle deve se ter sobre nosso planejamento orçamentário.

Da qualidade do planejamento e da capacidade de cumprir as metas e restrições estabelecidas está o sucesso e a saúde financeira. A execução do orçamento, embora seja onde ocorrem realmente os resultados, é a simples execução e correção do que foi planejado na fase anterior.

Por fim, planejamento e execução orçamentários são complementados pelo controle do orçamento. Nesta fase é que apuramos o grau de acerto de nossas previsões e a capacidade de seguir o que planejamos. Comparando o previsto com o efetivamente realizado podemos verificar em quanto, na prática, nos distanciamos do planejado e em quais contas ocorreram as maiores discrepâncias.

As correções decorrentes dessa fase dependem do grau de detalhamento e do horizonte de tempo que nosso planejamento alcança.